terça-feira, 30 de junho de 2009

Viva Com Saúde


Psoríase



Apesar de não ser contagiosa, esta doença de pele tem impacto aos níveis físico, familiar, social, profissional, emocional e psicológico
A psoríase atinge cerca de 1.5 a dois por cento da população, o que que corresponde a 150 mil a 200 mil doentes com psoríase em Portugal.
É uma doença crónica da pele, não contagiosa, que pode surgir em qualquer idade, sendo que a maior incidência ocorre em adultos jovens. O seu aspecto, extensão, evolução e gravidade são muito variáveis, caracterizando-se, geralmente, pelo aparecimento de lesões vermelhas, espessas e descamativas, que afectam preferencialmente os cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo.
Nos casos mais graves, estas lesões podem cobrir extensas áreas do corpo. As unhas são também frequentemente afectadas, com alterações que podem variar entre o quase imperceptível e a sua destruição. Cerca de dez por cento dos doentes desenvolvem artrite psoriática. Esta traduz-se por dor e deformidade, por vezes bastante debilitante, de pequenas (mãos e pés) ou grandes (membros e coluna) articulações.

Tipos de psoríase

Psoríase em placas ou psoríase vulgar
Este tipo representa a grande maioria dos casos de psoríase. As lesões têm relevo, são vermelhas e cobertas por escama prateada. O número, dimensão e extensão das lesões é variável de doente para doente e em diferentes fases de evolução da doença de cada doente. Surgem sobretudo nos cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo, embora possam afectar qualquer área do corpo, cobrindo, nos casos mais graves, extensas áreas do tronco e membros. Em contraste com o seu aspecto exuberante, estas lesões são muitas vezes assintomáticas.

Psoríase gutata
É menos frequente que a anterior e afecta sobretudo crianças e jovens, por vezes na sequência de uma faringite (infecção na garganta). Aparece geralmente de forma súbita, com lesões de menores dimensões (forma de gota) que ocupam áreas extensas do tronco e membros. Pode desaparecer definitivamente após o primeiro episódio ou evoluir para uma psoríase em placas.

Psoríase inversa
A designação desta forma de psoríase resulta de uma localização “inversa” das lesões cutâneas, ou seja, privilegiando as pregas (axilas, virilhas e região infra-mamária). As lesões são vermelhas, brilhantes e não têm escama evidente. Este aspecto menos “típico” pode dificultar o diagnóstico.

Psoríase eritrodérmica
Esta é uma forma generalizada de psoríase, na qual a pele de toda a superfície corporal adquire um aspecto vermelho e inflamado. Este tipo de psoríase é muito grave devido ao risco associado de desenvolvimento de complicações.

Psoríase com Pústulas
Algumas formas de psoríase caracterizam-se pelo aparecimento de pústulas (pequenas “bolhas” cheias de pus). A mais frequente é a pustulose palmo-plantar, na qual estas lesões surgem sobre um fundo avermelhado nas palmas das mãos e plantas dos pés, por vezes com descamação abundante e fissuras dolorosas. Esta forma particular de psoríase é de difícil tratamento, podendo ter uma evolução crónica com surtos de agravamento.
Existe uma forma generalizada de psoríase pustulosa (von Zumbusch), embora rara, que pode surgir subitamente ou evoluir a partir do agravamento de uma psoríase em placas. Ao contrário das restantes formas de psoríase, é acompanhada de sintomas gerais (febre, mau estar, etc.) e tem um risco elevado de desenvolvimento de complicações, algumas das quais potencialmente fatais.

Origem da Psoríase
A psoríase é uma doença de origem multifactorial, ou seja advém de vários factores. Há muito tempo que se conhece a existência de um factor genético, já que 30 por cento dos pacientes apresentam antecedentes familiares. Além disso, acaba de se descobrir uma possível origem viral para a sua transmissão. As publicações científicas mais recentes apontam nesse sentido e especialistas franceses já demonstraram que certos papilomavirus poderiam representar o seu papel no aparecimento da doença.
Vários estudos encontraram traços de alguns papilomavirus numa grande quantidade de pacientes atingidos por psoríase familiar. Integrando-se no património celular, estes vírus muito particulares provocam uma mutação genética que poderá ser favorável ao desenvolvimento da psoríase. Esta mutação, que se transmitirá de pais para filhos, permitiria explicar os casos de transmissão hereditária da doença. Novos estudos estão a decorrer para aprofundar a questão. Se os dados se confirmarem, permitirão seguir melhor os doentes e seus familiares.
A psoríase não está ligada a desordens psicológicas, mas certos factores psicológicos têm uma parte da responsabilidade no aparecimento da doença: não é raro que se desencadeie ou que surjam surtos após um esgotamento profissional ou choques emocionais. De aspecto inestético e consequentemente incómodo nas zonas expostas, a psoríase pode também provocar repercussões psicológicas nas pessoas atingidas no conjunto do corpo. Outros elementos podem igualmente provocar ou agravar a doença: a diabetes, o tabaco, o álcool, certos medicamentos (betabloqueadores, sais de lítio...).

Impacto da doença
O impacto da doença na qualidade de vida dos doentes mede-se não só pelo envolvimento físico, mas também na repercussão que tem a nível familiar, social, profissional, emocional e psicológico. Relativamente ao envolvimento físico, há a considerar a extensão e localização das lesões (por exemplo, nas palmas e plantas, face, mãos), o prurido, o ardor, o compromisso articular, etc. A repercussão a nível familiar e social inclui as actividades de rotina diária, as relações sociais em geral, a frequência de locais públicos, a actividade sexual, as relações a nível profissional, etc. A nível da repercussão emocional e psicológica há a considerar a sensação de rejeição, de culpa, de vergonha a que estes doentes estão fortemente sujeitos, podendo levar a depressões e ideias suicidas.

Formas de Tratamento
Não existe uma cura definitiva para a psoríase, mas sim um conjunto variado de tratamentos, cujo uso isolado ou em associação permite controlar os sintomas na maioria dos casos. Cada doente tem a sua especificidade, pelo que as terapêuticas devem ser usadas criteriosamente, de acordo com as indicações adequadas para cada caso e respectiva fase de evolução e com respeito pelas regras de segurança, para evitar eventuais efeitos secundários ou agravamento da própria doença.
Das várias terapêuticas fazem parte as tópicas (aplicação de loções, cremes ou pomadas sobre a pele), exposição moderada ao sol, fototerapia (exposição artificial controlada a luz UV), e a medicação sistémica por via oral ou injectável.

1 comentário:

  1. so quem vive com adoença sabe quanto custa e os olhares k fazem ao olharem para estas pessoas.
    tal como diz nao tem cura e muitos dos medicamentos nao sao colectados pois sao considerados produtos d beleza (assim s vivee em portugal)...em cuba existem medicos expecializados nesta doença,mas tambem nao da para os bolsos dos portugueses
    um beijo e bem hajas

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