Empresários da Noite no Algarve unem-se contra o que consideram ser concorrência desleal
O empresário José Manuel Trigo abriu na noite de ontem fogo na SIC Notícias contra os espaços que despontam por terras do sul. Continuando a trilhar o caminho que há muito defende, José Manuel Trigo, tem agora do seu lado a maioria dos empresários nocturnos algarvios, situação que lhe confere naturalmente um peso bastante superior. Embora a presença de espaços ao ar livre como Sasha Beach, manta Beach e agora Salt Beach sejam importantes para a região, já que não só a promovem como trazem a Portugal alguns dos melhores nomes do mundo, encontrar um ponto de equilíbrio entre todas as partes parece-nos de todo essencial para não estragar um Algarve que está a explodir mundo fora e que já começa a ser visto como uma das referências europeias. Que estes espaços deveriam ser entregues por concurso público, estamos certamente de acordo, acabar com espaços ao ar livre no sul será garantidamente retroceder vinte anos. Para já, a classe de José Manuel Trigo deu a conhecer à maioria que este não é um mercado de broncos, pacóvios e azeiteiros e só isso, já merece o aplauso de todos. Quanto ao resto… promete pois quem não se sente não é filho de boa gente.
Custódio Guerreiro, homem forte da Kadoc, é uma das faces do tsunami do sul que reúne espaços nocturnos como Babilónia, Black Jack, Capítulo V, Crazy Bull Hora H, Kadoc, Katedral, Kiss Club, Le Club, Milenium, Trigonometria, Txilofobia, Ubi e que agora, perante projectos como Sasha Beach, Manta Beach e Salt Beach Club saem em defesa dos seus interesses que embora legítimos, deixam margem para questionar a razão destes empresários algarvios não terem também eles optado por investir nas praias do sul já que por certo são quem as conhece como ninguém. Certo mesmo, é que perante os licenciamentos provisórios, estes empresários rapidamente chegaram à concorrência desleal e daí à união que se traduz no comunicado agora apresentado. Aqui fica o mesmo na íntegra;
“Vimos por este meio informar V. Exas. a uma situação bastante desagradável que tem estado a acontecer por todo o Sul e em especial na região do Algarve, que têm originado graves prejuízos para os estabelecimentos de diversão nocturna que funcionam de forma legal nesta Região. Vários (e bastante elevados) foram os investimentos necessários para a criação e manutenção, de discotecas das mais conceituadas do país no que diz respeito à animação nocturna em Portugal, as quais muito prestigiam e promovem a Região, bem como Portugal, como é do conhecimento geral. Funcionando quase por inteiro nos 12 meses do ano, atraindo mais e mais pessoas a região com animação constante, não nos sendo contudo possível irem mais além do que já têm feito única e exclusivamente devido à falta de condições financeiras e incentivos que permitam fazer algo mais em prol da animação do Sul. De facto, o aparecimento de alguma concorrência desleal por parte de outros estabelecimentos que funcionam como estabelecimentos de animação nocturna, apesar de não o serem efectivamente, tem vindo a demonstrar-se prejudicial para as discotecas que aqui funcionam há largos anos. Ainda assim, mantêm as empresas a funcionar todo o ano, suportando vencimentos dos funcionários e procedendo ao pagamento de todos os impostos relativos a 14 meses, na esperança de que os meses de estação alta Julho e Agosto possam recuperar dos prejuízos acumulados. Pagando ao longo de todo o ano todas as licenças, avenças, taxas e todo o tipo de responsabilidades a que são obrigados, não poupando quaisquer esforços e estando conscientes que apenas é possível ter um estabelecimento a funcionar desde que o façam em total cumprimento da lei, tendo presente acima de tudo, que o mais importante para eles é sem dúvida a segurança dos clientes, contribuindo igualmente para que o Algarve seja a melhor referência no que diz respeito à animação nocturna. Por outro lado, existem as empresas que apenas funcionam nos melhores dias do Verão e que, após esse período encerram as suas portas, suspendendo a sua actividade até ao ano seguinte. Como é do conhecimento geral estes estabelecimentos nem sempre possuem as condições de segurança e higiene necessárias para funcionar porquanto entendem que, face ao reduzido período em que irão funcionar, não vale a pena diligenciar por toda a burocracia necessária para tal. Todos nós, que perduramos todo o ano a funcionar e a promover esta região, resta-nos conformarmo-nos com a passagem “devastadora” (em termos económicos) de tais estabelecimentos “temporários”, muitos deles subsidiados ou financiados por Câmaras Municipais através de empresas Municipais ou empresas público privadas, ficando com a incumbência de, durante os períodos de menor movimento, serem as discotecas a manter a noite em movimento e em constante animação. Não é correcto que armazéns, salas de conferências, apoios de praia e outros espaços se transformem, do dia para a noite e apenas durante os meses de Julho e Agosto, em “discotecas” sem quaisquer condições de funcionamento e sem cumprir todas as exigências legais. É nosso entendimento que todos temos de trabalhar em conjunto para o bem de toda a região. Estamos e estaremos sempre abertos a quaisquer propostas com o intuito de a promover e a realizar eventos que sejam atractivos para aqueles que a pretendam visitar. Porém, parece-nos necessário alertar para o que de incorrecto se tem passado no que diz respeito aos estabelecimentos de animação nocturna, mas ao mesmo tempo sensibilizar para as preocupações que pensamos que a todos diz respeito. Informamos que enviamos pedidos de reuniões aos mais variados organismos publicos desde Câmaras, Governo Civil, AMAL, ASAE, CCILE, Turismo de Portugal, Ministerio da Economia e ao Secretario de Estado do Turismo, todos já nos receberam á excepção da Câmra Municipal de Silves, Ministro da Economia e Secretario de Estado do Turismo que aguardamos a qualquer momento a marcação da reunião.”
Ainda agora o Verão começou e o Algarve já está escaldante!
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