quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um Poema, Uma Música, Uma Recordação...



POR FAVOR DESLIGUE O COTONETE




Um abrigo onde repousar...




Rápida a sombra
sobre o meu corpo
em febre
num tentar reanimar os
sentidos
em melodias quentes suaves
O vento nos cabelos
a boca em espera
o peito em ferida.
Recomeçar.
Renascer.
Inventar um corpo em movimento
numa dança sem fim
assim o início
ou as memórias de um Verão
proibido
o beijo
o toque
o desejo
que não se esgota
que consome
todas as energias e se renova
e aumenta
numa explosão de estilhaços
os espelhos que ousámos quebrar
os rios que atravessámos
juntos ou em separado,
cada um no seu tempo
de sonhar com o outro
lágrimas de tempo
de partir
numa partida anunciada
desde sempre
busco-te
nas profundezas do mar,
em todos os olhares,
busco-te dentro de mim
apetece-me correr descalço nos
regatos destes campos solitários,
correr não,
andar,
caminhar pelas sombras
que caiem rápidas
assim as lágrimas
que rolam dentro de mim
em busca de ti
de um tempo que já
não é meu,nem nunca foi nosso
lágrimas que deslizam rápidas
até ao mar deste descontentamento,
até que me engasgue
e sufoque na dor pela frustração
do sentir mal dirigido
de continuar a busca de quem eu
pensava ter encontrado
por onde ando
pobre menino abandonado
rapaz perdido
por onde ando
que já nem me reconheço
neste espelho em estilhaço
neste campo
onde divago descalço
em busca
de um abrigo onde repousar...

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