quarta-feira, 3 de junho de 2009

Em Destaque


Adopção de criança revolta mãe e família



Muitas lágrimas e gritos à porta do Refúgio Aboim Ascensão, em Faro, onde ontem Ana Rita, de 15 anos, e a sua família protestaram contra a autorização do Tribunal de Cascais para a adopção do filho de dois anos, Martim.
Ana Rita foi mãe aos 13 anos. Sem idade nem condições para acolher o bebé, a Segurança Social e o Tribunal de Família e Menores de Cascais decidiram entregar a criança à instituição algarvia em Fevereiro de 2007.
Durante mais de dois anos, a família tem recorrido aos tribunais da Relação e Constitucional para reaver a criança, mas sem sucesso.
Martim está desde então adoptável e Ana Rita, que faz 16 anos este mês, proibida de ver o filho. No passado dia 26 de Maio, o tribunal solicitou a adopção urgente de Martim.
A adolescente e a família garantem que vão fazer tudo para travar o processo. "Estamos dispostos a qualquer coisa, se for preciso fazemos greve de fome e acampamos à porta do tribunal", desabafou a jovem.
A mãe da criança pede que revejam as suas condições. "Já estou mais madura, tenho mais noção do que quero fazer e estou a tirar um curso profissional", explicou.
A família do bebé fala em "irregularidades no processo", pois o pai nunca foi ouvido. "O meu irmão está hoje [ontem] em Lisboa a tentar falar com a Segurança Social e a Comissão de Protecção de Menores", conta a tia paterna de Martim, Cláudia Matos.
No meio do conflito judicial, Luís Villas--Boas, do Refúgio, esclareceu que a instituição é apenas uma "guardiã das crianças, ao serviço dos tribunais competentes". E lembrou que "após a decisão de adopção a família ficou inibida de contactar com a criança."

JUÍZA RETIROU ALEXIS A AVÓ DE CASCAIS
Florbela Santos Silva, a juíza do 1º Juízo de Família e Menores de Cascais que ordenou a confiança de Martim para a adopção, foi a mesma que em Outubro determinou a adopção de Alexis, neto de Maria Fátima Seixas. A auxiliar de acção médica perdeu o neto por alegadas incompatibilidades com a sua filha, mãe da criança. Fátima Seixas aguarda agora que os tribunais superiores decidam o futuro do neto. Depois de ter tido o neto, sem incidentes, em diversos períodos entre 2006 e 2007, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão de Cascais no sentido da adopção. Inconformada, a avó recorreu para o Supremo Tribunal, que alega não poder decidir o recurso.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Esteja à vontade para deixar o seu comentário