quarta-feira, 6 de maio de 2009
Um Poema Para Ti II
Difícil de Explicar...
Amar alguém é inexplicável,
mesmo assim é possível
exprimir a palavra
na emoção contida num olhar.
À distância observo-te graciosa,
perdida no mundo das pequenas coisas,
os teus gestos diários estão carregados de amor.
Observo-te entretida a arrumar o nosso leito,
preparas com detalhe,
trazes todas as cores da noite
e pintas com dedicação,
não te custa,
como se fosses inesgotável,
é impressionante a energia do amor.
À noite quando nos deitamos,
somos unos,
adormecemos abraçados,
pulsamos sincronizados.
A respiração acontece aos pares,
inspiro o que expiras
e depois partilhamos os sonhos,
estamos como numa felicidade dormente
causada pela mistura do ópio com o nosso amor.
É estranho o efeito hipnótico do amor,
no limbo dos sonhos.
À noite só nós dois existimos,
sussurramos palavras impregnadas
de esperança e de amor,
lambemos as feridas um do outro,
reparamos em cicatrizes impressas na alma,
mágoas de combates nunca combatidos,
com golpes desferidos noutras existências.
O gosto salgado do medo da solidão
e de uma vida desprovida de amor,
evapora-se quando lambuzamos os lábios
na exteriorização dos nossos afectos.
Sim sou feliz, quando tu és feliz.
Quando dizes que me amas,
fico feliz na reciprocidade
e fico sem palavras para dizer o que sinto.
Abraço-te e digo com voz trémula,
que sou feliz,
digo-o baixinho para não causar inveja,
pois o universo pára de admiração
na expressão do amor sincero entre duas almas,
aponta o foco das estrelas,
somos o centro do Mundo.
Espectadores existem
que nem compreendem a nossa união,
como poderiam compreender o nosso amor?
Antes era assim...
Lembras-te princesa?
Tenho saudades...
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