segunda-feira, 25 de maio de 2009

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Coreia do Norte realiza novo teste nuclear



Um novo teste nuclear realizado esta madrugada pela Coreia do Norte está a gerar uma onde de reacções e de preocupação em todo o mundo. O Conselho de Segurança das Nações Unidas já anunciou que vai reunir de emergência.
O Departamento de Estado norte-americano disse ainda estar a analisar os dados disponíveis, mas acrescentou que o teste deixa os EUA "gravemente preocupados". E o Presidente Barack Obama já reagiu para afirmar que a continuação por parte de Pyongyang de um programa nuclear ameaça a paz e é um "flagrante desafio ao Conselho de Segurança".
"O perigo colocado pelas actividades ameaçadoras da Coreia do Norte justifica acção da comunidade internacional. Temos trabalhado e vamos continuar a trabalhar com os nossos aliados nas conversações a ‘seis’ e com outros membros do Conselho de Segurança nos próximos dias", disse o Presidente dos EUA em comunicado.
Horas antes a Coreia do Norte anunciara ter efectuado esta segunda-feira "com sucesso" um novo ensaio nuclear subterrâneo, de acordo com a imprensa oficial do regime. A Coreia do Norte "conduziu com sucesso um novo ensaio nuclear subterrâneo a 25 de Maio no âmbito das suas medidas destinadas a reforçar as suas capacidades de dissuasão nuclear", indicou a agência KCNA, recebida em Seul. "O ensaio vai contribuir para garantir a nossa soberania, o socialismo, a paz e a segurança na península coreana e na região", acrescentou a agência, que não dá detalhes sobre o local do ensaio.
A presidência sul-coreana já havia manifestado as suas suspeitas de que Coreia do Norte teria procedido a um ensaio nuclear ao detectarem um abalo na cidade norte-coreana de Kilju, onde Pyongyang procedeu ao seu primeiro ensaio.

Como em Nagasáqui
O abalo aconteceu às 9h54 locais (00h54 de Lisboa), 375 quilómetros a nordeste Pyongyang, a uma profundidade apenas de 10 quilómetros. Segundo Moscovo, o teste foi muito mais forte do que o primeiro ensaio nuclear de Pyongyang, em 2006. Desta vez, asseguram as autoridades militares russas, foi equivalente em potência à bomba largada na cidade japonesa de Nagasáqui em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.
O teste de Outubro foi considerado relativamente fraco, sugerindo falhas. Este foi 10 a 20 vezes superior.
A Coreia do Norte ameaçava há semanas que realizaria um teste em resposta ao endurecimento das sanções internacionais ao país e, em resposta a esse endurecimento também abandonara as negociações para desnuclearizar que decorriam no "grupo dos seis" – China, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia e China.
"O objectivo estratégico da Coreia do Norte não mudou. O objectivo é conseguir a atenção da Administração Obama, colocar a Coreia do Norte mais acima na agenda", disse à Reuters Xu Guangyu, investigador da Associação de Controlo de Armas e Desamamento da China.
Xu diz que a China, o mais parecido com um aliado forte que Pyongyang tem, pode apoiar uma resolução da ONU a censurar o teste, mas não deverá apoiar sanções mais duras. "O objectivo da China é assegurar que as negociações a seis não desabam. Sanções mais rígidas não vão contribuir para esse objectivo." Pequim tem direito de veto no Conselho de Segurança.
A 14 de Maio, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, preveniu que os Estados Unidos não fariam concessões para convencer a Coreia do Norte a regressar à mesa das negociações sobre o seu programa nuclear. "Não nos interessa de correr atrás dos norte-coreanos ou oferecer concessões à Coreia do Norte. Eles sabem quais são as suas obrigações", disse.
Após ser conhecido o ensaio, as bolsas de Seul e Tóquio começaram a negociar em baixa. O mercado de valores da Coreia do Sul caiu 4 por cento.

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