sexta-feira, 15 de maio de 2009
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Seguranças do K roubam clientes
A PSP continua a encontrar ramificações do grupo de Alfredo Morais, o ex-polícia e líder da ‘Máfia da Noite’ em fuga depois de ser condenado há duas semanas. Anteontem, numa operação que arrancou às 07h00 em discotecas do famoso grupo K, em Lisboa, foi amputado mais um braço do ‘polvo’ – com a detenção de seis seguranças e porteiros do Kremlin, Kapital e Cenoura do Rio. Nos últimos meses, em vez de zelarem pela segurança dos seus clientes, espancavam-nos e assaltavam-nos à saída das discotecas.
A 5ª Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, sob a coordenação da Unidade Especial de Combate ao Crime Violento do DIAP, investigou sete meses e fez agora sete detenções. Faltou prender Paulo Batista, braço-direito de Alfredo Morais, que era segurança do grupo K e que está referenciado em dois roubos. Só que, tal como o amigo, está em fuga depois de ter sido condenado no processo ‘Máfia da Noite’.
Para já estão detidos seis seguranças e uma mulher com ligações ao grupo, que tinha uma arma de choques eléctricos (taser). Segundo o CM apurou, os seguranças detidos eram especialistas em artes marciais e usavam esses conhecimentos para assaltar clientes das discotecas onde trabalhavam. Várias vítimas, depois de serem seguidas e de sofrerem golpes de extrema eficácia, ficaram inconscientes e foram abandonadas na via pública depois de assaltadas.
A PSP ainda está a apurar o total de crimes cometidos, mas a cada um dos detidos são imputados pelo menos três roubos violentos. Paulo Batista está indiciado por dois.
O gang é ainda suspeito de traficar droga no interior das discotecas do grupo K. Sabe-se que um dos detidos que fazia segurança na discoteca Kremlin foi apanhado com 1500 doses de pólen de haxixe. Os detidos, que estão indiciados por roubos, posse de armas ilegais e tráfico de droga, serão hoje presentes ao juiz de instrução criminal.
VÃO A GINÁSIOS DE DIA E ROUBAM DURANTE A NOITE
Os seis homens detidos, com idades entre os 25 e os 35 anos, são praticantes de artes marciais e frequentadores assíduos de ginásios. Fonte da PSP adiantou que os suspeitos "utilizavam os seus conhecimentos de luta corpo a corpo para cometer os assaltos". O esquema era simples e foi usado, pelo menos, durante sete meses: as vítimas, quando saíam de madrugada dos estabelecimentos controlados pelo grupo, eram seguidas pelos seguranças, que apenas tinham de esperar pelo momento certo – falta de testemunhas – para efectuar a abordagem. O método normalmente usado era a chamada ‘gravata’, mas também houve casos em que as vítimas foram agredidas até ficarem inconscientes. Nenhum responsável do grupo K esteve ontem disponível para reagir às detenções.
BATISTA GUARDOU CINHA JARDIM E MAYA NA NOITE
Enquanto era julgado por crimes de coacção, ofensas à integridade física, extorsão e associação criminosa no âmbito do processo ‘Máfia da Noite’, Paulo Batista – actualmente em fuga – era o chefe da segurança nas discotecas do grupo K em Lisboa. Era ele quem distribuía os seguranças pelos diferentes espaços de diversão nocturna e chegou a tomar em mãos a vigilância de personalidades como Cinha Jardim e a astróloga Maya, quando marcavam presença nas discotecas. Para a PSP, o desmantelamento do grupo "irá promover o sentimento de segurança nas zonas de Alcântara, avenida 24 de Julho e Santos".
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