sexta-feira, 15 de maio de 2009
Dá Que Pensar...
Armadura de caráter
Para colocar em prática a inibição instintiva exigida pelo mundo moderno e aguentar a êxtase de energia resultante desta inibição, o ego tem de sofrer uma mudança. O ego, isto é, aquela parte da pessoa que se expõe ao perigo, enrijece, como dizemos, se submetida continuamente aos mesmos ou semelhantes conflitos entre a necessidade e um mundo exterior atemorizante. Ele adquire nesse processo um modo de reação crónico automático, isto é, o seu “caráter”.
É como se a personalidade afetiva se colocasse dentro de uma armadura, como se a casca dura que ele desenvolve tivesse a intenção de desviar e enfraquecer os golpes do mundo exterior assim como o clamor de necessidades interiores.
Esta armadura torna a pessoa menos sensível ao desprazer, mas também restringe a sua motilidade libidinosa e agressiva para as conquistas e o prazer. Dizemos que o ego se tornou menos flexível e mais rígido, e que a habilidade para regular a economia de energia depende da extensão da armadura.
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