segunda-feira, 18 de maio de 2009

Dá Que Pensar


O Caminho Certo



A sabedoria nada tem a ver com governar os outros, mas é uma questão de ordenar a si mesmo. A nobreza nada tem a ver com poder e posição social, mas é uma questão de auto-realização; obtenha a auto-realização e o mundo inteiro poderá ser encontrado dentro de si. A felicidade nada tem a ver com riqueza e posição social, mas é uma questão de harmonia.
Aqueles que sabem o suficiente para considerar o ser interior como importante e o mundo como secundário estão perto do Caminho. Portanto eu digo: “Alcançando o extremo do vazio, mantendo-me totalmente imóvel enquanto miríades de seres agem em concerto, assim eu observo o retorno”.
O Caminho molda miríades de seres, mas é sempre sem forma. Silencioso e imóvel, ele inclui totalmente o desconhecido indiferenciado. Nenhuma vastidão é suficientemente grande para estar fora dele, nenhuma pequeneza é suficiente pequena para estar dentro dele. Ele não tem casa mas dá origem a todos os nomes do que existe e do que não existe.
As pessoas verdadeiras corporificam isso através de uma vacuidade aberta, de um sossego equânime, uma clara limpeza, uma tolerância flexível, uma pureza não-adulterada e uma plena simplicidade, sem se confundir com as coisas. A sua perfeita virtude é o Caminho do céu e da terra, por isso elas são chamadas de pessoas verdadeiras.
As pessoas verdadeiras sabem de que modo considerar o ser interior como grande e o mundo como pequeno. Elas preferem o autogoverno e desprezam o ato de governar os outros. Elas não deixam que as coisas perturbem a sua harmonia, e não permitem que desejos desorganizem os seus sentimentos. Ocultando os seus nomes, elas escondem-se quando o Caminho é acatado e aparecem quando ele não o é. Elas agem sem artifícios, trabalham sem esforço e sabem sem intelectualizar.
Apreciando o Caminho do céu, aceitando o coração do céu, as pessoas verdadeiras respiram escuridão e luz, exalando o velho e inalando o novo. Elas fecham-se com a escuridão e abrem-se com a luz. Elas enrolam-se e desenrolam-se junto com a firmeza e a flexibilidade, contraem-se e expandem-se junto com a escuridão e a luz. Elas têm a mesma mente que o céu, o mesmo corpo que o Caminho.
Nada as agrada, nada é penoso para elas, nada as delicia e nada as irrita. Todas as coisas são misteriosamente iguais, não há nem certo nem errado.
Aqueles que são fisicamente feridos pela tortura das condições climáticas extremas percebem que o espírito é sufocado quando o corpo fica exausto. Aqueles que são psicologicamente feridos pela aflição das emoções e dos pensamentos percebem que o corpo é abandonado quando o espírito fica exausto. Portanto, as pessoas verdadeiras retornam deliberadamente à essência, confiam no apoio do espírito, e assim alcançam a plenitude. Deste modo elas dormem sem sonhos e despertam sem preocupações.

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