segunda-feira, 11 de maio de 2009

Um Poema Para Ti


Só mais um beijo...



Nesta guerra que travamos
entre a alma e a razão,
entre nós e os outros,
o amor vai quebrando todas as regras,
eliminando todas as barreiras.
O meu corpo,
a minha alma,
chamam pelo teu corpo,
pela tua alma, e,
nesta imensidão que nos separa,
este pranto,
lavado por tantas lágrimas choradas,
cruza a noite escura,
o mar revolto,
e chega a ti,
puro e cristalino,
como o amor que sentimos.
O teu corpo,
a tua alma,
escuta-me,
na distância,
crias asas
e vens ao meu encontro,
porque a saudade
queima-te o peito,
porque a ausência
consome-te o espírito.
A pureza de todas as sensações que vivemos,
a magia dos sentidos,
fez deste amor,
algo de sobrenatural,
algo que ultrapassa
tudo aquilo que se conhece.
A distância apenas nos provou
a falta que nos fazemos.
A ausência, apenas nos provou
a veracidade daquilo que sabíamos sentir.
O meu corpo,
feito de gotas de orvalho
de uma qualquer manhã de Primavera,
avança sobre a planura dos teus sentidos.
Quando me sentes tocar-te,
evaporas-me a mente
como se uma gota de água
tivesse tocado na lava incandescente
que desce a encosta de um vulcão,
que adormecido por anos a fio,
acordou,
numa explosão imensa.
Os meus lábios,
secos pelo frio agreste da tua ausência,
gretados pela distância dos teus,
renascem,
como uma Fénix,
ao toque.
Beijo-te,
com a suavidade da seda,
dilatando o momento,
para compensar todos os beijos
que te não pude dar
durante a eternidade do nosso afastamento.
Agora estás aqui,
vieste quebrar-me o gelo da alma,
e acender-me a luz do olhar,
agora estou vivo,
de novo,
ainda que seja por um instante,
ainda que seja apenas
pelo momento que dure este beijo.

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