segunda-feira, 11 de maio de 2009

À Conversa Com...






DJ Magalie


Nasceu em França, e a paixão pela música surgiu logo aos sete anos, tendo, inclusivamente formação musical em piano, guitarra clássica, bateria, e canto. Com uma base musical bem cimentada, Magalie descobriu o djing, rapidamente aprendeu as técnicas e enveredou pelo caminho profissional.
Estreou-se à séria na discoteca nortenha Maria.pt e a partir daí as solicitações nunca mais pararam, tendo percorrido Portugal e passado por casas como o Vinyl Club, Dali Club, El Divino, Seven Club, Bartolomeu Terraza, Ms Club, entre muitas outras.
Já além fronteiras, Magalie voou até Marrocos, tendo passado pelo Choclate Club em Casablanca, o Harold’s em Rabat, Black N White em Marrakech e pelo Papagayo em Agadir.
A gestão dos gigs passa por uma boa organização, uma boa gestão de tempo e dedicação, sendo assim, ainda possível empenhar-se no curso de Design, do qual é finalista, na Universidade Lusíada no Porto.
A par com o trabalho e os estudos Magalie ainda consegue ter tempo para estar com os amigos, para praticar atletismo, ir ao cinema, à praia e às compras, nunca descurando a música.
Magalie Coelho Teixeira, natural de Toulouse, França revela paixão pelas coisas que lhe são gratas e queridas, o djing está-lhe na alma.



Como se deu a tua entrada no djing?

Tinha 16 anos e muito incentivo dos meus amigos… Claro que, a paixão pela música me acompanha desde os sete anos, tendo frequentado academias de música, onde tive formação musical em piano, guitarra clássica, bateria e canto.
Quando comecei a dar os primeiros passos no djing já tinha amigos deejays e produtores, como os Native ID, que me mostravam diariamente as suas músicas, como a “Devotion”.
O dj Vibe, Digweed e Carlos Manaça passaram esta mesma faixa por volta de 2003.
Acompanhava tudo, por assim dizer, até que um dia passei na BimotorDJ e comprei o material para aprender a misturar.


Como foi este arranque?

Inicialmente era “mais um instrumento” que tinha aprendido, mas desta vez sozinha, sem ajuda profissional.
O intuito era apenas juntar à minha colecção mais um instrumento, mais uma técnica. Sempre fui muito curiosa em aprender tudo o que tivesse relacionado com música e, quando vi que já sabia misturar e brincar com as músicas, decidi “encostar” e colocar tudo de novo nos caixotes, pensava eu que já tinha alcançado outra etapa, mas longe disso.
Anos mais tarde iniciei a minha vida nocturna, começando como barmaid em bares e por último numa casa chamada Maria.pt.
E foi numa conversa casual, que o pessoal do Maria.pt descobriu que eu sabia misturar, colocando-me de imediato numa Ladies Night, mais precisamente na noite das “Bond Girls”.
E foi a partir que se deu o meu “arranque” profissional, tirando também um upgrade na Bimotor, para especializar a técnica.


Tens uma ligação especial com o Maria.pt…

Sim. Comecei lá a trabalhar como barmaid, tendo mais tarde o Maria.pt descoberto o meu “dom”, a que eu chamo paixão. Acharam piadas terem uma “Maria” (risos…) a tocar na casa.


Qual foi a festa que mais gostaste de passar música?

Sem dúvida, em Marrocos, mais precisamente em Casablanca. A casa tem como nome de Choclate. Foi das sensações mais extraordinárias alguma vez sentida, a vibe era de outro Mundo, o público, a qualidade de som, tudo!


Já tiveste residência em algum espaço?

Já tive vários convites, mas nunca me aventurei em nenhuma, não por enquanto. O facto de me imaginar consecutivamente no mesmo espaço, fim-de-semana após fim-de-semana tira me o ar (risos…), adoro sentir-me livre, puder circular de um ponto ao outro do país e fora dele.
A única hipótese seria mesmo uma residência durante o Verão, mas não durante o ano inteiro.
Como vês o papel da residência no djing?

É tão ou mais importante que um free lancer. Existe uma maior preocupação em não cair na repetição, em inovar, em conseguir manter a “casa cheia” o máximo de tempo possível. E claro, o que acontece muitas vezes, é o próprio dj cair na rotina por tocar todos os fins-de-semana no
mesmo local e isso reflecte-se no público, a mensagem que nós deejays transmitimos para o outro lado passa a ficar distorcida e, isso é uma das razões ao qual não me atrai minimamente ser residente neste momento. Há que preservar a magia.


Achas que o dj deve adaptar o som à casa, ou a casa é que se deve adaptar ao som?

Quando já somos “artistas”, “estrelas” é a casa que se adapta ao som, mas como não é o caso, sim, muitas vezes adapto o som à casa, introduzindo sempre pelo meio o meu estilo, pois como costumo dizer, depois de “embalalos”, educa-los, consigo levar a cabo o meu objectivo, "polos" a dançar o meu som.

A imagem é importante?

Sem dúvida que sim, é tão importante como ter uma óptima técnica e uma boa selecção musical. Ter uma imagem cuidada e tratada é como uma cereja no topo do bolo.


Costumas sair à noite apenas para te divertir?

Neste momento não saiu com tanta frequência, é mais trabalho, mas sempre que posso saio para me divertir um pouco e relembrar o que é estar do outro lado.


Como defines o teu estilo musical?

Tenho um gosto musical eclético mas trabalhado. Adoro a sonoridade deep, tech house, tribal e do electrónico, sendo mais ou menos pesado. Um som vocalizado ao gosto do público mais comercial e que se estende ao meu gosto mais apurado. Tento sempre transmitir boa energia ao
público que adoro agradar, fazendo uma leitura de pista constante.


Como vês o momento actual do mercado do djing?

Infelizmente está um pouco saturado, hoje em dia todos querem ser djs, o que prejudica quem realmente quer seguir uma carreira. Fazem sempre confusão entre capricho, o que está na moda e uma carreira a sério.


E a noite, como está?

A noite também já teve a sua época forte, embora haja sempre uma preocupação, tanto por parte dos artistas, agências e casas, em apresentar algo diferente para cativar o público. Agora não esperem que a rotina da noite se resolva por si só, há que ter vontade de trabalhar e muita
imaginação.


Projetos a curto prazo?

A continuidade do meu trabalho é suficiente, tal como está, mas claro fazendo sempre para que a carreira chegue a todo o lado e principalmente para fora do país

Uma paixão?

Tocar com Mark Knight.
Um Medo?

Perder a magia.


Um Desejo?

Ter alguém que entenda tão bem quanto eu, a paixão pela música.


O que mais te irrita?

Aqueles que dizem ser djs e nem sequer saberem misturar, utilizando aqueles programas que já fazem tudo.


Estilo de Música?

House.


Espaço à noite?

Tocar com os pés na areia ao som do house.


Uma Bebida?

Red Bull.


Vestir à noite é?

Sermos nós mesmos, livres. “Fazem sempre confusão entre capricho, o que está na moda e uma carreira a sério.”
Continua o bom trabalho. Cá te esperamos este verão pelo Algarve (se não fôr ainda antes).

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