segunda-feira, 11 de maio de 2009

Dá Que Pensar...


Expressão verbal das emoções



Ao contrário dos animais, nós dispomos de uma forma de expressar o que vai na nossa alma: as palavras. É óbvio que, sendo a emoção um fenómeno com importante componente corporal, as palavras por si só não bastam para comunicá-las. Mas certamente são auxiliares valiosos. Mas, infelizmente, somos condicionados, desde cedo, a não falar sobre o que sentimos, principalmente se esse sentimento for percebido como algo que nos inferioriza.
Tudo pode estar minado por dentro, mas deve-se fazer todo o esforço do mundo para se exibir uma fachada de normalidade. Confessar medos e fraquezas é visto como perigoso para o prestígio das pessoas e pode parecer um sinal de insegurança.
Paradoxalmente, são justamente as pessoas mais seguras e confiantes que têm menor receio de confessar os seus temores e falhas… Uma das mais antigas descobertas da humanidade indica que o ato de confessar o que sentimos é bom para o corpo e para a alma. A tristeza compartilhada, a dor revelada, diminui as tensões geradas pela angústia e pelas perdas… Mas, a importância e o benefício de falar sobre os sentimentos não se restringe apenas à dor. É necessário também exteriorizar e compartilhar as coisas boas…
Enfim, a questão é que a repressão das emoções – e de sua expressão verbal – não pode ser seletiva; deve “pôr-se para fora” todos os sentimentos; falar o que realmente se sente, reagir, sentir e exteriorizar afeto ou mágoa… Se a emoção não se libera, agarra-se aos órgãos afetando o seu funcionamento. O desgosto que se pode exprimir por gemidos e lágrimas é rapidamente esquecido; já o sofrimento mudo remói incessantemente o coração e termina por abatê-lo.

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