sexta-feira, 8 de maio de 2009

Um Poema Para Ti


Onde Está O Amor...



Existe aqui,
dentro deste espaço,
algo sem nome.
Os teus olhos
parecem alcançar além.
Da tua pele pálida,
uma luz,
um tom de vermelho suave,
umas manchas feitas de sardas
que ornamentam o rosto
de um modo invulgar.
No sorriso,
tão largo,
tão grande e elástico,
as palavras...
contendo-se,
a adquirirem silêncios
para se manifestarem com sensatez...
a tornearem,
com acato,
com cautela,
as próprias palavras...
Dentro desse verde eléctrico,
nesses olhos redondos
que procuram observar cada pormenor
e reconhecer em outros,
a magia e a verdade.
Neles,
transparecem o branco,
o brilho da luz do dia,
a ansiedade engrandecida
com quanta determinação.
E, sob as sobrancelhas cerradas,
incertas,
a inocência.
É a inocência confluída com a sensualidade,
diante doutros,
diante do vazio,
diante do que parece tão limitado ou infinito.
O infinito,
além,
aqui,
inerte,
absorto,
ávido,
deixando-se alcançar
num momento fugaz.
Na pele pálida do rosto,
de onde se alastra o branco
que percorre o pescoço
e que decorre sobre os ombros e os braços,
a suavidade,
o aroma adocicado.
Puro.
O silêncio é puro.
O riso é puro.
A gargalhada é pura.
Os sentimentos,
resvalando como se fossem troncos vivos e robustos,
cravam-se na terra,
no toque da pele de outros corpos,
nas expressões singulares
que o rosto vai encontrando naquele ou noutro.
São as emoções,
as recordações,
os sorrisos,
as lutas desordeiras,
a ecoarem os gritos de força e de coragem.
É o cheiro a terra batida debaixo dos pés
e o tacto das mãos nas próprias mãos,
as palavras oscilando entre a ternura e a dureza,
o coração a ser abrupto
nessa forma emotiva de sentir.
Debaixo da luz do céu,
o amor a querer crescer,
o amor a querer vencer,
o amor a querer contrariar
tudo o que o impede de se expandir.
É debaixo das horas e dos segundos,
quando tudo se silencia,
que o intocável faz sentido.
É sob os silêncios
e sob os sorrisos carregados de genuinidade,
que um sentimento se transforma,
até que seja,
apenas selvagem,
genuíno e violento.
Debaixo, pois,
onde quase ninguém alcança...
...está o AMOR.

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