Soneto de amor
Um soneto de amor é uma perdição.
Nele, o coração e a alma desnudados,
Abrem-se totalmente, e descuidados,
Entregam-se loucos a uma paixão.
Perdição para quem faz e quem os lê,
Pois amantes ali se vêem retratados,
Abraçados, possuídos e penetrados...
Como dizem os versos, e ali se lê.
Que tudo o que se faz é muito pouco,
Diante do muito que se deseja fazer,
Ainda que de verdade muito louco...
Pois amar em versos é sempre assim...
Ama-se sempre como sempre se quer,
Com a certeza que nunca, nunca terá um fim.
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