quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um Poema Para Ti II


Vontades...



Pelo silêncio da mentira guardada,
vê-se ferida na ilusão
de um quarto pela alvorada,
e perdida pelo chão imundo,
lembra o seu cair
bem fundo do topo do meu Mundo.
Foi tanto inteiro como vão,
foi completamente minha,
mas inteiramente não...
no entanto só não pôde
ser aquilo que não quis.
Não me pôde acusar
de tudo o que fiz,
pois antes era a sua inspiração,
das frias madrugadas,
agora sinto-me intruso,
vasculhando as suas moradas...
não quero perturbar o seu caminhar,
ou desviar-lhe o olhar!
Por isso,
larguei-a,
num lugar onde se perderam desejos,
onde faltaram beijos
e lembraram vontades...
Estará sempre enclausurada em saudades
sem saber que caminho a levou,
viverá sem querer no lugar onde estou,
guardando-me por onde vou,
mas deixar-me pelo que sou.
Por fora,
tudo será á sua maneira,
o beijo ás escondidas,
o chorar à cabeceira,
o abraço comedido,
na minha vida inteira...
Mas quando apagar
os seus olhos do meu olhar,
saberei esquecer
o que me fez de primeiro chorar.
E é a sua falta,
aquela que eu sofro e sinto.

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