terça-feira, 12 de maio de 2009
Um Poema Para Ti II
Pensando por ti...
Entra em casa,
silenciosamente,
fechando a porta
levemente atrás de si.
O cheiro a rosas da casa
que voa sorrateiramente no ar
entra-lhe pelo nariz,
pé ante pé,
ela caminha até ao quarto
sem fazer qualquer barulho,
mesmo não estando ninguém em casa.
Uma vez com a porta fechada,
pousa a mala e descalça os sapatos,
retira as bugigangas do pescoço e cabelo
e suavemente senta-se na cama.
O sorriso que trazia consigo na cara,
é rapidamente removido,
acabando com a farsa de um dia feliz,
ela sabia que estava mal,
mas não o podia mostrar.
No fundo do silêncio,
começa a soluçar,
e uma lágrima desce-lhe do olho,
tocando levemente na pele,
deslizando pela bochecha
e caindo levemente nos lábios.
O cheiro das rosas vem novamente,
criando uma atmosfera
harmoniosa de tristeza e lágrimas.
Começa então a recordar
tudo o que se passou,
e passa à sua volta,
aquela tristeza profunda
devia-se não se devia ao mau tempo,
nem ao trabalho,
nem mesmo à família,
mas sim a uma só pessoa,
a alguém que ela não tinha coragem
de revelar o que ainda sentia.
Esse alguém que ela via de longe,
esse alguém que a matava silenciosamente por dentro,
esse alguém com quem olhares
foram trocados vezes sem contas,
até perder o sentido.
Olhares que por vezes eram longos,
ou curtos e tímidos.
Passando as mãos pelo cabelo,
recorda-se do sorrisos disfarçados
quando o via chegar,
fazendo com que reparasse que ela ali estava.
As vezes que falou mais alto,
que andou mais rápido
para que se tornasse visível aos seus olhos.
A dor atravessara-lhe a espinha
seguida de um arrepio.
Pode ser que tais ideias tenham resultado,
mas ela não sabia,
pois ler a mente dos outros
era algo que não conseguia fazer.
Rindo-se baixinho
de todos os momentos passados,
um sorriso mínimo vem-lhe à cara,
voltando a desaparecer rapidamente.
Mais um dia passara,
e ela no seu quarto,
no seu mundo
tenta construir uma barreira
que a façam sentir-se protegida dele.
Serenamente deita a cabeça no travesseiro.
Dormindo um sono não infinito,
nem profundo,
mas um sono que a façam esquecer por momentos
toda aquela agitação
que se passa na sua mente.
Talvez com o sonho,
onde pode ser livre,
a faça voar sobre tudo
alterando o que é mau.
Voando sobre pensamentos inúteis.
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