sábado, 2 de maio de 2009

Um Poema Para Ti


Onde estás? Onde...?



Onde estás? Onde?
Não te encontro nos passos que arrasto por ai... sem te ver, sem te ter, sem te tocar ou sentir.
E como eu te queria sentir novamente...
Rasgar gestos de loucura
por entre os dedos dormentes
e tocar-te só mais uma vez,
só mais uma...
Não quero o deslizar inóspito
destas mãos que derivam sem porto.
Quero-te apenas a ti sob elas.
Será que me vês perdido por ai?
Se sim, porquê te escondes?
Porque me enganas com os suspiros
que sinto ao meu redor,
a roçar em mim,
tal como o vento que teima em bater
no vidro de uma janela fechada?
Ouves-me quando te chamo?
São tantos os momentos
em que o meu silencio grita por ti,
mas são ainda mais as vezes
em que tudo me parece mudo...
e é tão difícil ouvir
o eco do silencio da tua voz
a bater e bater constantemente
dentro de um turbilhão de sons utópicos
que se confundem e misturam
com a realidade passada da tua melodia.
São questões fúteis que tomam conta de mim no dia a dia?
Não é a futilidade o que me domina, é a saudade.
Sim, porque te surpreendes com o que te digo?
É saudade de ti...
saudade das tuas palavras reconfortantes que me dizias...
saudade do teu colo que me embalou nas noites demais...
saudade do teu aconchego que me tomava nos braços
e me fazia sentir protegido das atrocidades da vida...
saudade do abraço que me beijava
e me dava a verdadeira noção de mundo perfeito.
E tudo isto para quê? Por quê?
Não sei.
Nada mais te trará de volta a mim,
ao meu sorriso perdido...
não adianta gritar,
espernear,
protestar contra as forças naturais do mundo...
nada...
a inutilidade dos meus esforços
é tão inútil como a tentativa falhada que um dia fiz.
Apenas quero que tenhas presente a minha presença,
onde quer que estejas,
onde quer que a imortalidade do tempo te guarde...
pois eu sei que o meu tempo
é feito pela presença do teu,
do meu,
do nosso tempo
construído por entre muralhas de pedra
que o tempo nunca derrubará.

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