segunda-feira, 4 de maio de 2009

Um Poema Para Ti II


Cala-me o sonho...



Arranca-me as palavras que se começam a silenciar dentro do coração que se aperta, só porque te sabe tão longe de um sentimento que partilhámos, que somente eu partilhei.

É tão fácil ires embora sem olhar para trás, mas dói tanto ficar aqui a ver-te partir. A ver ir embora aqueles sorrisos de esperança que, tanta vez, cresceram dentro de mim só porque estavas ao meu lado.

Mata-me as rimas que navegam dentro da minha alma como uma caravela sem rumo... com o vento a bater nas suas velas e a levá-la para longe de um porto a que se possa ancorar.

Não me digas que é mentira, que nada disto está a acontecer e que é ilusão minha. Não me digas que amanhã estarás de volta para secar as lágrimas que me dás. Sabes bem que há-de haver um dia em que te darás conta desta verdade que me corrói os sentidos, mas aí não posso fazer nada, nada poderás fazer para compreender o tempo que passa a correr.

Cala-me o sonho que continua a sonhar no embalo das horas que se desfazem. Aquele sonho que sempre alimentei e dei vida porque sonhava que o podia manter numa qualquer gota de chuva que cai em noites de Verão.

Procura-me na sombra dos teus passos mortos quando um dia me quiseres encontrar, quando sobretudo, te quiseres encontrar no silêncio que cunhaste dentro de mim com um ferro em chamas que desfez em poeira o nosso amor, o meu amor!

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