Loulé comemora Dia do Município
A Câmara de Loulé vai agraciar o ministro da Economia, Manuel Pinho, no Dia do Município, 21 de Maio, com a Medalha Municipal de Mérito Grau Ouro por ter sido o principal impulsionador do projecto "Allgarve" que arrancou no ano de 2007.
Para o concelho de Loulé o "Allgarve" tem sido um projecto "com impacto bastante positivo" por "atrair maiores fluxos turísticos a médio/longo prazo" e porque "tem permitido divulgar espaços únicos mas pouco conhecidos, mesmo junto da população local", refere fonte da Câmara.
Além de Manuel Pinho, também a Medalha de Ouro, a título póstumo, vai para Quirino dos Santos Mealha, uma das figuras louletanas que mais se distinguiram pelo trabalho desenvolvido em várias áreas, da política à cultura e em instituições sócio-recreativas.
Entre outras funções, Quirino dos Santos Mealha foi deputado na III Legislatura (1942 - 1945), Governador Civil do Distrito de Beja de 1944 a 1950, exercendo novo mandato na VIII Legislatura (1961-65), sendo também procurador à Câmara Corporativa na VI e VII Legislaturas por inerência de ser presidente da direcção da FNAT (actual Fundação INATEL).
É na quinta-feira de Ascensão que a Câmara Municipal celebra a efeméride com uma série de actividades. A cerimónia de agraciados pelo município decorre às 10:30 horas na Autarquia. À tarde acontece a tradicional Festa da Espiga em Salir.
Mas as comemorações arrancam na véspera, dia 20, pelas 22:00 horas, na Cerca do Convento, com um concerto de tributo a um dos maiores músicos portugueses de todos os tempos: "Carlos Paião – 20 Anos Depois", por Inês Santos e Pedro Miguéis. Este espectáculo tem entrada livre.
Já na quinta-feira, a sede do concelho vai acordar com uma alvorada de foguetes. Às 9:30 horas em frente aos Paços do Concelho, decorre o tradicional hastear da bandeira nacional ao som do hino, interpretado pela banda filarmónica Artistas de Minerva. Segue-se o desfile dos Bombeiros Municipais e viaturas na Praça da República. Na cerimónia solene de entrega das Medalhas de Mérito Municipal são atribuídas este ano, além das duas Medalhas Grau Ouro, duas Grau Prata e duas Grau Bronze. Prata para a Associação de Vale Silves e Colégio Internacional de Vilamoura; e Bronze para Abílio Santos e Inácio Mendes.
A Associação de Vale Silves é homenageada "pelo papel social relevante que tem tido no contexto concelhio, nomeadamente com as diversas valências de respostas sociais do Centro Comunitário, ao nível de Actividades de Tempos Livres, da área Infanto-juvenil, e do Serviço de Apoio Domiciliário, no que se refere ao apoio aos seniores". O Colégio Internacional de Vilamoura, que é uma escola de educação internacional integrada numa rede de escolas internacionais com cerca de 600 centros educativos em mais de 110 países, "é uma referência pelo projecto educativo desenvolvido desde 1984". "A aprendizagem de duas línguas como maternas até aos 10 anos (o inglês e o português) foi pioneira em Portugal nos anos 80".
No Bronze, Abílio dos Santos (Mestre Bilinho), "um jovem armador de Quarteira que, em menos de uma década, recebeu vários prémios na área da pesca e tem construído um negócio forte e consolidado, fazendo prevalecer sempre a qualidade e frescura do pescado que traz para a lota".
Também Inácio Mendes, mais conhecido por Naicinho, que foi "o Dr. Bernardo Lopes dos ajudantes de farmácia", será distinguido pelo município com o Grau Bronze, a titilo póstumo. "A trabalhar durante mais de cinco décadas na Farmácia Chagas, Naicinho destacou-se pela sua entrega, dedicação, lealdade e amizade, bem como por todo o seu profissionalismo e saber evidenciados e praticados junto da comunidade". Faleceu este ano.
Por volta das 12:00 horas decorre na praça central da Avenida José da Costa Mealha a inauguração dos elementos escultóricos "Banda Filarmónica", da autoria de Teresa Paulino e Pedro Félix, que pretendem transmitir toda a tradição das bandas filarmónicas associadas ao Coreto.
No total são sete peças de arte em representação de uma banda, com um maestro, um músico com saxofone, um músico com trompete, um músico com clarinete, um músico com bombardino, um músico com caixa e um músico com pratos.
À noite, pelas 21:00 horas no Salão Nobre da Autarquia, Pacheco Pereira apresenta mais uma conferência integrada no ciclo "Horizontes do Futuro", subordinada ao tema "O Estado da Democracia em Portugal". A entrada é livre.
Lançamento de obra
Às 12:30 horas é lançada a obra de construção da Avenida Nascente de Loulé, uma das principais saídas e entradas da cidade, neste caso com ligação a S. Brás de Alportel, entre a rotunda que faz a derivação para a Circular e a EN270 e a Rua Afonso de Albuquerque.
A intervenção será feita numa extensão de 1027 metros, e vai incidir na criação de sinalização, passeios, passagens de peões, lombas redutoras de velocidade e ciclovias, tendo em consideração todas as condicionantes pelo facto de se tratar de uma zona urbana.
A obra vai ter um custo que ascende a 3 milhões de euros e a Autarquia prevê que os trabalhos tenham um prazo de execução de dez meses.
Festa da Espiga
Na tarde de dia 21 as comemorações decorrem também no interior do concelho louletano, na vila de Salir, onde tem lugar a tradicional Festa da Espiga. Este evento teve início a 23 de Maio de 1968, organizado pela Junta de Freguesia local, mais propriamente pelo presidente de então, José Viegas Gregório, figura carismática e um impulsionador da sua terra natal, falecido recentemente.
O sucesso da primeira edição, à qual presidiram o Governador Civil de Faro, Romão Duarte, e o presidente da Câmara Municipal de Loulé da altura, Eduardo Pinto, ultrapassou todas as expectativas da organização. Desde então, Salir tem feito do Dia da Espiga um grande acontecimento regional, recebendo milhares de forasteiros que ali se deslocam para apreciar o artesanato, a gastronomia, o folclore, a etnografia, a poesia e o que há de genuíno no interior rural do Algarve.
O Dia da Espiga também marca o início da época das colheitas.
O cortejo etnográfico que desfila ao longo da principal rua da vila representa a actividade agrícola e artesanal da freguesia, em parte que se encontra em vias de extinção, desde as sementeiras, mondas, ceifas, debulhas, fabricação de pão, apanha do medronho e destilação, apicultura e extracção de cortiça, o varejo do figo, amêndoa e alfarroba, artesanato de linho, lã, palma, esparto, cestaria de verga.
Há ainda a exibição de poetas populares declamando os seus poemas feitos de improviso, onde irei marcar presença, e uma vasta exposição de maquinaria agrícola das diversas marcas existentes no mercado. À festa não faltam os grupos folclóricos com as suas danças e cantares e o fogo de artifício.
Uma das particularidades da Festa da Espiga é que a população tem ainda a possibilidade de deixar uma mensagem, em forma de poema ou quadra preparada ou apenas de improviso, às entidades governativas presentes, para pedir ou agradecer as obras feitas na terra.
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