Tem hoje inicio neste blog, um espaço onde irei entrevistar algumas figuras públicas da nossa praça. Para começar, tenho o prazer de vos apresentar aquele que é o homem forte da Discoteca kadoc, em Vilamoura. Custódio Guerreiro, o responsável pelo sucesso de uma das melhores casas de diversão noturna do país.
Custódio Guerreiro
Um sem número de pessoas sempre tentou denegrir o teu nome e imagem. Quais são as razões porque julgas que isso acontece?
Sempre fiz o que acho que estava correcto para o bem da Kadoc, do staff, dos clientes e por ultimo por mim; por isso há sempre gente que de nada é capaz mas critica como Luis de Camões dizia " velhos do Restelo ", enfim temos de saber viver com eles
Hoje, com te sentes?
Sinto-me orgulhoso daquilo que consegui, o Algarve e Portugal pode se orgulhar de ter uma Discoteca que é conhecida em todo o mundo.
Se hoje fosse possível alterar alguns passos no seu trajecto, o que farias?
Não me costumo arrepender do que faço, pois pondero bem todos os passos e aqueles em que errei tento aprender e tentar não os voltar a cometer
Alguma vez abdicaste da tua vida pessoal em detrimento da Kadoc?
Acho que praticamente todos estes 21 anos que estou a na noite, primeiro na Trigonometria e depois na Kadoc
Ainda tens sonhos?
Sim, nunca podemos deixar de sonhar, apesar dos tempos serem outros.
É possível recuperar os grandes anos da kadoc?
Como te disse os tempos são outros, mas tudo se recupera e não concordo com aqueles que desistem, todos podemos levantar cabeça e ir para a frente.
Perfilhas da ideia, de que os profissionais da noite, dão mais de si do que recebem de compensação?
Completamente, mas também há muitos que vivem em ilusões e fantasias e fazem-se passar por heróis e quando se olham ao espelho e meditam sentem medo de si próprios.
Liderar uma discoteca como a kadoc, exige lealdades e muita frontalidade. Sendo a noite fértil em casos e um espaço, onde existe sempre alguém a querer o lugar do parceiro, como é que se sobrevive?
Temos de ser astutos e precaver-mo-nos, pois na humanidade existe a inveja e é perigosa não porque nos destrói mas porque complica as coisas.
Aceitas que ao longo dos anos, o teu sucesso incomodou muita gente?
Se incomodou não o fiz por isso, sempre a pensar nos clientes e empregados.
Sentes-te um craque?
Não, sou uma pessoa simples igual as outras que cresceu pobre, soube dar valor a vida e lutou por tudo o que tem honestamente e com respeito por todos.
Como é que se consegue, chegar aos 18 anos de vida de uma kadoc sempre na boca do mundo?
Tentando estar na vanguarda da animação e de sempre surpreender o seu público.
Em termos de imagem da casa, como é que as coisas se processam?
Um estilo para todos, liberal, onde há um espaço para todos, dentro de uma certa qualidade.
Aceitas que o "target" e imagem da casa se foram alterando com o tempo?
Neste momento que se vive, onde todos apregoam a "crise", todos os empresários se amedrontam e as pessoas, então ninguém gasta dinheiro, ninguém investe e os empresários despedem gente, ora a noite desleixou-se um pouco e as casas para sobreviverem deixam entrar toda a gente e é claro aquele que se vestia bem para sair começa a ver que é o único e ou não sai ou sai conforme vem do trabalho.
Como é que encaras a concorrência?
A concorrência é saudável e faz muita falta, quanto mais melhor leva mais gente a vir para a rua, a sair e depois faz com que as casas entrem em competição, não se acomodem.
Como vês a manutenção da discoteca Black Jack, isolada em Vilamoura, mas sempre a dar cartas no mercado?
Aquela gente é de se tirar o chapéu, pois lutam e lutam para conseguir manter o nome em voga, também têm a responsabilidade da renda, coisa que a kadoc não tem nem o Kiss e penso que mais nenhuma, Ubi, Katedral.
Como definirias o Verão 2008? E a Passagem do ano?
A kadoc passou por uma fase do Tecno onde outros interesses se levantaram e claro todos aqueles clientes que a kadoc possuía viraram-se para outro lado ou deixaram de sair e agora nestes últimos anos tem vindo a recuperar e bem, cada vez que abre é mais um sucesso e vamos batendo recordes dos últimos anos, sempre a subir em facturação, clientes, e qualidade.
Achas que vão continuar a fechar mais casas?
Claro é a lei da vida, só resistem os melhores, faz parte da Natureza; " na selva só sobrevivem os mais fortes e são esses que depois têm possibilidade de procriar".
Admiras alguém em especial?
Na noite e dos que conheço bem, admiro José Manuel Trigo, acho-o com uma visão daquilo que o Algarve necessita, de qualidade e muita atenção com o cliente; quanto aqueles que me definiram como sou hoje aprendi com o Francisco Rocha e uma pessoa muito especial a nível de lidar com a noite e os clientes, Tó Domingos; e claro nos últimos anos os meus patrões cada um tem o seu estilo de levar a noite e claro nós tiramos partido daquilo que mais tem a ver connosco e aprendemos, vemos como eles fazem e tentamos fazer melhor ainda, conjugando tudo o que aprendemos ao longo da vida.
O negócio da noite já não é o que era?
Não e esta a vista de todos, mas pelas razões que disse atrás, anunciam uma crise que depois se torna em bola de neve.
Toda a gente fala na crise? O que pensas disso?
Também já te respondi, eu sou uma pessoa positiva e ambiciosa não atiro a toalha ao tapete sem mais nem menos e ninguém gosta de se aproximar de cães magros e com pulgas, se anunciamos o todos os ventos "aia a crise, ai a crise" toda a gente tem medo e resguarda-se, e depois ainda há os empresários que se aproveitam e despedem mais uns quantos com a desculpa da crise; não devemos esconder os problemas, mas devemos assumir e enfrentá-los.
Em relação ao curso de gestão que estás a tirar, está quase na fim?
Falta um ano, estou a gostar muito de ter voltado a estudar e talvez continue; meti-me nisto por ser o primeiro na minha família a frequentar a Universidade, mas queria ser um exemplo para os meus filhos, enquanto tiver tempo e possibilidades vou continuar.
Pensas seguir uma carreira na área em que te vais licenciar?
Sim
Sonhos, acalentas algum?
Muitos, mas ainda gostava um dia ser util a sociedade geral, talvez um cargo politico, não sei, adoro quando vejo aquela casa cheia e toda a gente a se divertir, eu preocupado com que tudo corra bem, noites de passarem por ali 13.000 pessoas e tudo nas minhas mãos, não pode falhar nada, é incrivel depois sentir o resultado do nosso trabalho.
E pronto, aqui ficou a primeira entrevista de muitas que se irão seguir.
Aqui fica o meu muito obrigado ao Custódio Guerreiro pelo tempo dispensado. Por tudo quanto tem feito por aquela casa, ele merece o reconhecimento.
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