quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
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Ex-Inspectores voltam a procurar corpo de Joana
Os polícias que investigaram o desaparecimento da menina querem que a mãe ajude e revele a localização do cadáver da criança morta em 2004. Leonor Cipriano admitiu que a filha está morta e enterrada «nos montes da Figueira», mas Pereira Cristóvão e os seus colegas querem o local exacto onde se encontram os restos mortais de Joana.
A sociedade portuguesa deve à pequena Joana um último gesto: «Encontrar o seu corpo e dar-lhe um funeral digno». O apelo é de Paulo Pereira Cristóvão, antigo inspector da Polícia Judiciária que esteve envolvido na investigação do caso, agora que Leonor Cipriano, a mãe de Joana, confessou que a menina de 8 anos foi morta e enterrada «lá para cima nos montes da Figueira».
A ideia deste apelo «nasceu a partir do momento em que, pela primeira vez em quatro anos, Leonor Cipriano admite aquilo que a investigação concluiu» nessa altura, explica Pereira Cristóvão ao 24horas.
O ex-inspector, autor de um livro sobre o caso, tem a acompanhá-lo nesta vontade os seus colegas que, em 2004, estiveram no terreno a investigar o caso, Marques Bom, Leonel Marques e Gonçalo Amaral.
Na passada sexta-feira, o advogado de Leonor Cipriano, Marcos Aragão Correia, divulgou uma confissão escrita em que a mãe de Joana admitiu que o seu irmão, João, matou a criança à estalada e a enterrou depois.
«Agora temos a assunção de uma morte, mesmo que imputando-a ao irmão, mas o importante é encontrar aquilo que restará do corpo de Joana, para dar-lhe um funeral», diz Pereira Cristóvão.
Pereira Cristóvão diz que o que os motiva não é uma questão de vingança e que nem sequer o querem fazer como policias mas como cidadãos. «Isto não tem nada a ver com o processo, nem com as acusações. O que me move, o que nos motiva, é uma questão de humanidade».
Devemos isso àquela criança, nós todos, enquanto sociedade, nos portámos mal. As autoridades policiais é que não podem, por enquanto fazer nada, esclarece Pereira Cristóvão, autor do livro A estrela de Joana. «A polícia só pode actuar no âmbito de um processo-crime» e o homicídio de Joana já transitou em julgado.
O tribunal aceitou ter-se feito prova e condenou Leonor e João Cipriano pela morte da criança. Mas nunca se encontrou o corpo. Segundo o 24horas, na confissão escrita que a mãe tornou publica, por intermédio do advogado, Leonor diz que só o seu irmão João saberá do local exacto onde se encontram os restos mortais da menina.
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