sábado, 11 de junho de 2011
Ardo em saudades...
O que mais custa, não é a passagem das semanas, nem dos dias… são as horas e os minutos que se arrastam, fazem arder a pele e incendeiam o desejo. Cada minuto é uma chama viva dentro de mim que incendeia as recordações do nosso amor. Queima em mim a memória daquilo que vivemos como uma espécie de labareda que arde devagarinho, consumindo-me lentamente, transformando em cinzas toda a minha existência. Este corpo que já ardeu de prazer perdido nas crepitações do fogo do teu corpo, hoje nada mais é do que um terreno queimado, devastado, infértil. Esta boca, onde outrora depositaste os teus beijos ardentes, hoje está seca, à míngua da água da tua fonte. Apenas dos meus olhos escorrem rios, plenos de lágrimas salgadas, que em vão tentam acalmar este estado febril. Ardo em saudades…
sexta-feira, 10 de junho de 2011
O Espelho da Alma...
O que é que nos faz apaixonar por alguém? O que é que acontece dentro de nós que desperta aquele «clic»? Uma das coisas é a forma como nos olhamos. Os olhos são o «espelho da alma», nunca mentem, nunca dissimulam aquilo que sentimos. É fácil ler nos olhos de uma mulher quando somos amados, desejados, desprezados ou até odiados. Há tantas informações num simples “piscar de olhos”. Quem é que nunca recebeu um olhar daqueles que nos faz sentir nus? Quem é que nunca olhou profundamente nos olhos de alguém e lentamente lhe deu o primeiro beijo? Quem é que nunca ouviu uma boca a dizer que não e uns olhos a dizer que sim? Os olhos! São eles sem dúvida que nos ajudam a encontrar o amor… ou a perdê-lo...
Pois...
terça-feira, 7 de junho de 2011
Preciso de ti...
Preciso de ti...
Por nenhuma razão em especial.
Apenas por tudo, apenas por nada.
Preciso desse sorriso, que se te acende no rosto e me ilumina os dias.
Preciso de me encontrar no brilho dos teus olhos faroleiros que me fazem rumar ao cais onde te escondes.
Preciso de ti… de deitar a cabeça no teu peito e ouvir o tic tac de um coração que trabalha com a precisão de um relógio suíço.
Preciso de te ouvir gemer baixinho o meu nome em doces ecos surdos.
Quero adormecer no teu colo e repousar em ti este permanente cansaço.
Preciso de ti… porque a minha alma já não me pertence, abandonou-me e habita descaradamente na tua.
Preciso que abandones todos os medos e dúvidas e que te deites ao meu lado, que me abraces de forma carinhosa e protectora.
E amanhã, quando eu acordar… preciso que estejas exactamente no mesmo sítio.
Preciso de ti...
Quem Não Tem Medo de Naufragar...
Conheço perfeitamente cada pormenor do teu rosto, guardado em mim, em cada sentido meu. Tento entender o rumo que o destino nos fez tomar, tento esquecer a mágoa... guardar de ti, de nós dois, só o que é bom de preservar. Fecha os olhos, pensa em mim, protege o que eu te dou. Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou...sem defesas que me façam falhar, desejo-te nesse lugar profundo, onde só chega quem não tem medo de naufragar. Fica dentro de mim, que hoje a vida dói... Como se te arrancassem, nesse tempo que já foi. Promete-me que vais guardar tudo o que eu te dei. Como me entreguei. Mesmo que a vida mude os nossos destinos, e esta estrada nos leve cada vez mais para longe de nós. Mesmo que um dia tudo se desfaça em pó... eu vou guardar cada traço teu… ancorado a cada traço meu. E hoje, apenas isso, me faz acreditar que eu vou chegar contigo onde só chega... quem não tem medo de naufragar.... ;)
Texto Inspirado no tema de Mafalda Veiga, Cada Lugar Teu
domingo, 5 de junho de 2011
Mágoa que magoa...
É uma palavra bonita, mágoa. Sabe a lágrimas silenciosas, a noites de insónia, a manhãs de Domingo solitárias e sem sentido. Está para lá da tristeza, da saudade, do desejo de lutar pelo que já se perdeu, da raiva de não ter o que mais se queria, da pena de ter deixado fugir um grande amor, por ser demasiado grande. Primeiro grita-se, barafusta-se, soluça-se em catadupas. Depois, é o pós-guerra, a rendição, a entrega das armas e as sentenças de um tribunal marcial interior, em que os juízes são a vida, e o réu, o que fizermos dela. Limpam-se os destroços. Enterram-se os mortos, tratam-se dos feridos, que são as nossas feridas, feitas de saudades, de desencontros, palavras infelizes e frases insensatas, medos, frustrações e tudo o que não dissemos. A mágoa chega então, quando o cansaço já não nos deixa sentir mais nada. É silenciosa e matreira, instala-se sem darmos por ela, aloja-se no coração. Mas o mundo nunca pára. Nada pára. A vida foge, os dias atropelam-se, é preciso continuar a vivê-los, mesmo com dor. Pelo menos a mágoa magoa, mas faz-nos sentir vivos.
in As Crónicas da Margarida, Margarida Rebelo Pinto
sábado, 4 de junho de 2011
Amor: Aventura Perigosa…
Não existe nenhuma relação que não comporte risco. O amor é uma experiência perigosa e atractiva, eventualmente dolorosa e sensorialmente encantadora. Este sabor agridoce, implícito em qualquer relação amorosa, pode resultar especialmente fascinante para os ousados e terrivelmente ameaçadora para os inseguros. O amor é pouco previsível, confuso e difícil de domar. A incerteza faz parte dele, como o faz de qualquer outra experiência.
in Amar ou Depender, Walter Riso
in Amar ou Depender, Walter Riso
quarta-feira, 1 de junho de 2011
À Tua Espera...
Observo a paisagem da minha janela e vejo a chuva cair lá fora sobre as pessoas tristes. Estão paradas a pensar na tristeza das suas vidas, no vazio das suas relações. Talvez eu esteja também a evitar que as marcas de um grande amor me transformem. Esta noite tu estás na minha mente, nas minhas memórias e... não o sabes. Estou cansado. Estou tão cansado! Tenho sede e fome do teu amor, do teu tempo, mas sem ter como saciar estes desejos. Onde estás? Como estás? Com quem estás? Fazes ideia do quanto preciso de te ver a deslizar por aqui? Imaginas o quanto gosto de ti? Sou muito jovem para me manter preso a este amor e muito velho para me libertar e correr por esse mundo fora. Engraçado… às vezes um homem tem que acordar para descobrir que na realidade está tão só. Espero por ti ardendo de saudade e desejo. Alguma vez terei a teu doce rosto de volta? Estou à tua espera… mas já é tão tarde… Estou solitário nesta casa, com a cama feita, os lençóis imaculados prontos para te receber. A janela aberta deixa a chuva entrar. Fecho-a, olho para o fim da rua à espera de ver a sombra da tua imagem na minha direcção. Nada vejo. Deito-me na minha cama. O meu corpo rebola-se e anseia por dormir mas o sono nunca mais vem. E tu também não…
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